Com anúncio de fechamento e demitidos, metalúrgicos da Ford se recusam a retomar produção

Com anúncio de fechamento e demitidos, metalúrgicos da Ford se recusam a retomar produção

Publicado originalmente no site Rede Brasil Atual

Três semanas depois do anúncio do fechamento no Brasil, os trabalhadores da Ford resistem a retomar a produção. Nesta terça-feira (2), o Sindicato dos Metalúrgicos de Camaçari (BA) fez assembleia para falar sobre o andamento das negociações com a empresa, basicamente para discutir indenizações aos funcionários.

“Não é justo que o trabalhador volte para operação estando demitido, que não existe mais emprego”, afirmou o presidente do sindicato, Júlio Bonfim. “Se a Ford encerrou as atividades e não há chance de permanecer em Camaçari, que negocie então as indenizações de forma justa”, acrescentou. A entidade mantém orientação no sentido “de ninguém retornar à linha de produção para concluir qualquer produto pendente”.

Audiência e denúncia

A Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara promove nesta quarta (3), a partir das 15h, audiência virtual sobre os impactos da saída da montadora. “Articulamos uma denúncia contra a Ford por descumprimento a vários acordos. Esperamos que a Ford respeite o trabalho e os trabalhadores do Brasil e que possamos reaver os benefícios definidos nesses acordos”, afirmou o diretor do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC Carlos Caramelo.

Ele participou ontem de assembleia com os trabalhadores da Ford em Taubaté, no interior paulista. A denúncia também é assinada por IndustriALL do Brasil e Unisol Brasil. Inclui questões como falta de comunicação prévia aos governos e ausência de negociação com os representantes dos empregados, além de desrespeito a diretrizes internacionais.

O caso também será discutido, na quinta, às 11h, pelo Conselho Nacional de Direitos Humanos. Já foram realizadas audiências na própria Câmara e na Assembleia Legislativa de São Paulo.

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