O Senge-BA contatou os presidenciáveis do Crea-BA para saber o que eles planejam para gestão da instituição e qual o posicionamento político deles. Até o momento, apenas a candidata Rute Carvalhal esteve disponível para entrevista. Confira na íntegra a conversa que tivemos com ela:
- Quais as principais propostas para sua gestão no Crea-BA?
Defender o caráter multiprofissional do sistema e a valorização das profissões vinculadas;
Apoiar iniciativas para a valorização dos técnicos e tecnólogos no sistema Confea/Crea;
Defender o preenchimento de cargos técnicos por profissionais;
Ampliar o diálogo com as Entidades profissionais e promover um choque de gestão no Crea-BA;
Defender o Salário Mínimo Profissional;
Criar o Prêmio Crea-BA de Meio Ambiente e Acessibilidade;
Atender aos 417 municípios baianos;
Atuar diretamente em órgãos públicos, principalmente nas Comissões de Licitações, auxiliando quanto à representação legal do profissional;
Atuar em parceria com as Entidades de classe e os sindicatos, de forma a fiscalizar e estabelecer ações para que à frente de cada projeto, de cada obra, de cada órgão governamental, de cada empresa, haja um profissional legalmente habilitado;
Reformular o Plano de Cargos, Carreiras, Remuneração e questões que atingem as atividades de fiscalização do Conselho;
Defender a implantação das Eleições via Internet.
- Qual tipo de relação pretende estabelecer com as entidades de classe e, especialmente, com o Senge-BA?
As entidades de classe, nas últimas décadas, têm exercido um papel muito importante no enfrentamento de grandes desafios. São elas que lidam diretamente com questões que envolvem os profissionais, graças a maior exigência por serviços de qualidade, frente às aceleradas mudanças sociais e econômicas. Portanto, devemos continuar na trilha de reformas, sendo necessária a inovação nas práticas administrativas.
É preciso, em parceria com essas entidades, profissionalizar e democratizar a gestão. O objetivo é expandir serviços, contribuindo para que as entidades possam mobilizar a sociedade para um compromisso aberto e ético. Neste contexto, o Senge deve ser parceiro no equilíbrio entre cobrança e responsabilização, fortalecendo as carreiras dos técnicos, tecnólogos e engenheiros.
- Qual seu posicionamento em relação à participação do Senge-BA na mesa de negociação como representante dos analistas técnicos do Crea-BA?
O Senge é parte do fortalecimento do Sistema. Deve representar o instrumento por meio do qual se pretenda garantir a efetiva realização das metas e estratégias de viabilização e implementação de benefícios que atendam as demandas dos técnicos e analistas do Crea-BA.
- Na sua gestão, como pretende trabalhar a defesa do salário mínimo profissional?
O Crea deve desenvolver exaustivamente demandas na revisão da legislação, recomendando ações jurídicas que venham a impactar positivamente no reforço e convencimento das entidades públicas e privadas, no cumprimento ao SMP.
É preciso atuar de forma pragmática para a regulamentação e cristalização do marco regulatório que estabelece a carreira exclusiva de estado para engenheiros, incluindo também os técnicos e tecnólogos.
- Qual sua opinião com relação à privatização da Petrobrás, da Eletrobras e das empresas estaduais de saneamento?
Neste tema, três pontos merecem destaques: a Petrobrás é a maior empresa nacional, portanto, dos brasileiros. A Eletrobras é a empresa que tem como objetivo garantir o setor elétrico estável e eficaz, atendendo as demandas de todo o país. A água é fundamental para a sobrevivência do homem e não deve ser privatizada, devendo permanecer no controle estatal.
Neste sentido, entendo mais vez que essas atividades estratégicas do setor de energia e saneamento são marcantes para a sociedade e a vida econômica do país. A presença do Estado na oferta desses serviços deve ser ampliada nas suas linhas de atuação, por ter um peso econômico e social relevante.
- Qual sua opinião com relação às concessões de rodovias, ferrovias e aeroportos propostas pelo Governo Federal?
O transporte não é um tema clássico na política, mas tem uma determinação crescente dos fluxos de pessoas e mercadorias. A infraestrutura de rodovias, ferrovias e aeroportos é a principal barreira comercial para a importação e exportação brasileira, sem considerar os custos dos transportes e o tempo gasto.
Desta forma, o país precisa investir substancialmente na estrutura logística, que deve passar por investimentos públicos e privados. É importante citar o transporte marítimo e o aumento da eficiência portuária. O Brasil precisará melhorar substancialmente sua estrutura logística. É preciso que haja um investimento em voos regionais, interligando as principais cidades do interior do Estado, com tarifas compatíveis com os demais tipos de modais.
- Considerações finais
Tanto os profissionais, como as entidades pontuam marcas de independência e cooperação. Nessa eleição do dia 19 de novembro, devemos promover uma reflexão da necessidade de crescimento e renovação do Crea, caracterizadas por ideias avançadas e consensos básicos para munir e sustentar a perspectiva de um conselho unido, lutando por transformações positivas, encarando as carências e desafios que ora enfrenta.