Nabil Bonduki discute desafios para o planejamento urbano

Nabil Bonduki discute desafios para o planejamento urbano

“É possível se pensar um modelo [de cidade] que não seja esse modelo tradicional centro-periferia”, disse o político, professor e urbanista Nabil Bonduki durante o dabate “PDDU e o Planejamento Urbano nas Metrópoles” realizado na sexta-feira, 12, no auditório do Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente no Estado da Bahia – Sindae. Autor do Plano Diretor Estratégico da cidade de São Paulo, Nabil falou durante cerca de duas horas para uma plateia de mais de oitenta pessoas sobre o processo de elaboração e aprovação do Plano – além de responder a perguntas dos participantes.

Resultado de um longo período de trabalho que envolveu diversos setores da sociedade – segundo Nabil, a participação popular, através de audiências públicas e da internet,  foi um dos pontos positivos do processo – O Plano é um documento extremamente detalhado (veja aqui, na íntegra), mas cujos princípios gerais são muito claros: pretende, a longo prazo, tornar a cidade mais inclusiva e sustentável.  Ele parte dos desafios enfrentados pelos grandes centros urbanos, como os problemas de mobilidade, especulação imobiliária, desigualdades territoriais e degradação do meio ambiente, e oferece algumas soluções técnicas. Durante a palestra, Nabil destacou a importância de manter um equilíbrio entre as dimensões social, ambiental, econômica, imobiliária e cultural da cidade, uma busca que se pode perceber no Plano em pontos como a criação da Cota de Solidariedade – que determina que todo empreendimento com mais de 20 mil m² de área construída deve doar terreno para a construção de habitação de interesse social.

O esperado com a efetivação das políticas previstas no Plano é a valorização dos espaços públicos, redução das desigualdades e da necessidade de grandes deslocamentos, utilização racional do automóvel e estímulo ao transporte público, diminuição da expansão horizontal, proteção dos espaços culturais, ampliação de parques e áreas protegidas. Pela magnitude dos desafios, é, naturalmente, um trabalho que não pode ser realizado numa única administração. “O horizonte de trabalho do Plano é de 15 anos”, afirmou Nabil.

Organizado pela deputada estadual Maria del Carmen, o evento também contou com a presença da Profª Ângela Gordilho, como debatedora, da urbanista e professora da UFBA, Ana Fernandes, de Evaniza Rodrigues da União Nacional por Moradia Popular, da Gerente Nacional Entidades Urbanas da CAIXA Eleonora Mascia, do presidente municipal do PT Edson Valadares e do presidente do Senge-BA, o engº civil Ubiratan Félix.

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