Renovação sindical

Renovação sindical

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Diretora da Fisenge, engª Anildes Evangelista
Vice-presidente do Senge-BA, engª Márcia Nori
Vice-presidente do Senge-BA, engª Márcia Nori

 

Por Camila Marins (ASCOM/FISENGE)

A renovação dos quadros sindicais é o grande desafio para os sindicatos. Quando se trata de trazer novas mulheres o desafio é maior ainda. “É impossível pensar em renovação, sem pensar na ampliação da participação das mulheres que representam metade dos cursos de engenharia hoje”, diz a diretora da Federação Interestadual de Sindicatos de Engenheiros (Fisenge), Anildes Evangelista, também diretora do Sindicato dos Engenheiros no Estado de Minas Gerais (Senge-MG).

Ainda segundo Anildes, as dificuldades advêm porque “de um modo geral, é um ambiente que não atrai as mulheres. Ainda é um ambiente muito masculinizado. Não é, num primeiro momento, um ambiente atraente, tanto pelo trabalho quanto por ser masculinizado”.  Para a vice-presidente do Sindicato dos Engenheiros da Bahia (Senge-BA), Márcia Nori, as mulheres têm pautas específicas que precisam ser debatidas, por isso existe a grande importância de se aumentar o quadro feminino nos sindicatos, para então “saber quais são essas demandas, para que o sindicato possa fazer a defesa e buscar soluções” diz Márcia. Dessas demandas, a engenheira destacou a luta pela licença-maternidade e a necessidade da ampliação e compartilhamento da licença com os pais e a luta para que “as mulheres ocupem mais lugares de destaque, cargos de comando, decisão”, ou seja, ampliar para além de cargos de execução.

Foi criado em 2011, o Senge Jovem pelo Senge-MG. Mais tarde, esta iniciativa foi replicada pelos sindicatos do Paraná e da Bahia, com o objetivo de atrair estudantes de engenharia para as atividades sindicais visando às futuras renovações dos quadros. O projeto obteve conquistas significativas com o público feminino. “No caso de Minas, ele tem sido fundamental para preparar os jovens para o ambiente sindical. Nós já temos mulheres ocupando cargos de direção que vieram do Senge Jovem.”, comemora Anildes. Márcia Nori complementa e diz que o Senge Jovem tem grande participação na desconstrução cultural das mulheres “porque se desde estudante a mulher tiver a cultura de atuação no sindicato, vai manter a atividade incorporada à agenda”.

A estratégia se constitui na aproximação das universidades, na qual o estudante pode se cadastrar no Senge, como sócio aspirante, sem anuidade e conseguir desconto nos cursos de qualificação promovido pelo sindicato. A engenharia possui novas demandas e tendências profissionais. O constante crescimento do número de mulheres nos cursos amplia ainda mais essa necessidade. Dessa forma, o sindicato se abre como espaço de interlocução entre as pautas trazidas pelos estudantes e os ideais classistas defendidos pelo Senge. A troca e a renovação de olhares, numa perspectiva mais atual da engenharia, entre experiência e consciência do mundo do trabalho. “O Senge Jovem tem papel fundamental de informar e formar o jovem tanto para o mercado de trabalho quanto para a atuação política”, ressalta Anildes.

O projeto conseguiu grande êxito. Conta com mais de quatro mil sócio-aspirantes apenas em Minas Gerais. O desafio também é as atrair as estudantes de engenharia que, cada vez mais, ocupam as cadeiras desses cursos, historicamente marcados pela presença majoritária masculina

Fonte: Fisenge

 

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