Senge-Ba, 83 anos de compromisso com a Engenharia e com o Brasil

Senge-Ba, 83 anos de compromisso com a Engenharia e com o Brasil

O Sindicato dos Engenheiros da Bahia foi fundado em 27 de setembro de 1937, no dia de São Cosme e Damião, por sessenta nove profissionais liderados pelo Engenheiro Alfredo Nogueira de Passos. Neste dia, no famoso Campo da Graça, houve uma memorável partida entre o Galícia e o Ipiranga, com a vitória surpreendente de 4 X 3 para o Ipiranga. O mês de setembro também foi um mês de conversas e conspirações políticas entre o estudante de Engenharia Carlos Marighella e o Governador Juraci Montenegro Magalhães sobre a possibilidade de resistir ao um Golpe de Estado do Presidente Getúlio Vargas que seria efetivado como Estado Novo em 10 de novembro de 1937. Ano também no qual brilhava nas telas do cinema da Cidade da Bahia (Salvador) o filme Romeu e Julieta estrelado por Norman Shearer e Leslie Howard que fazia os baianos se emocionarem nos cinemas Guarani e Excelsior.

Numa atmosfera conturbada, quando os jornais falavam da guerra civil espanhola e da possível deflagração da segunda guerra mundial foi fundado o Sindicato dos Engenheiros da Bahia. Durante todos esses anos o Senge-BA desenvolveu uma luta constante junto à categoria, tendo participação importante na campanha do “Petróleo é Nosso”, em defesa da Engenharia e da Soberania Nacional, da industrialização da Bahia e do Nordeste, na valorização profissional sendo, inclusive, uma das entidades signatárias do Projeto Lei apresentado ainda na década de 1960 pelo então Deputado Federal Almino Afonso que daria a origem à legislação do Salário Mínimo Profissional.

A partir da década de 1980, a mudança do perfil da categoria, iniciada a partir da implantação do Polo Petroquímico e Centro Industrial de Aratu, onde passou haver a predominância de profissionais assalariados, exigiu do Senge-BA uma mudança de postura para atuar mais próximo das categorias majoritárias, e a atuação dos seus dirigentes (como Pedro Rocha, Paulo Jackson, Marcos Pimentel,   Manoel Barreto, José Olívio, Gustavo Paez, Marcelino Galo, José Fidelis Sarno, Benedito Célio, Jersulino Moraes, Luiz José Lira, Aurélio D´Ávila, entre outros) neste período propiciou a formação dos Sindicatos dos Trabalhadores em Tratamento e Purificação de Água (SINDAE) e dos Trabalhadores em Empresas de Perícias, Pesquisas e Informações (SINDIPEC), Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Salvador e os Sindicatos das diversas categorias dos servidores públicos estaduais e federais.

O Senge-BA foi uma das entidades fundamentais na campanha das Diretas Já, do Fora Collor, e na articulação dos movimentos dos servidores públicos municipais, estaduais e federais por melhores condições de trabalho e das campanhas salariais das empresas estatais e do setor privado.

Mais recentemente, teve um papel fundamental na ampliação do regime fiscal do Supersimples para as micro e pequenas empresas de engenharia, na elaboração da proposta do programa habitacional Minha Casa e Minha Vida, na instalação e criação do Ministério das Cidades, na defesa do Banco Brasil, Caixa Econômica Federal, da Chesf e do sistema Eletrobrás, em defesa da integralidade do sistema PETROBRAS e a permanência de suas operações no Estado da Bahia, na defesa das universidades públicas e da Carreira de Estado para os profissionais de Engenharia, Agronomia e Geologia e demais profissões regulamentadas pelo sistema CONFEA- CREA.

O Sindicato representa profissionais da engenharia que atuam em diversas categorias tais como: Químicos, Petroquímicos, Pesquisa e Desenvolvimento, Eletricitários, Metalúrgicos, Construção Civil, Consultoria e Projetos, Geologia e Mineração, Extensão Rural e Pesquisa Agropecuária, Servidores Públicos, Tratamento e Purificação de Água.

Em 83 anos o mundo passou por transformações tecnológicas, sociais e políticas. Muitos do que vivem hoje talvez nunca tenham ouvido falar da “Maquina de Escrever Remington”, do “Radiotelegrafista”, da “Régua de Calculo”, da “Radionovela”, do “Normógrafo”, da “Régua T”, do “Repórter Esso”, do “Programa J. Silvestre”, das “Chacretes” e do “Chacrinha”, do “muro de Berlim”, da “ Guerra fria” e etc. Porém existem algumas coisas que não mudaram: a desigualdade social, a necessidade de lutar pela soberania nacional e pelo desenvolvimento tecnológico, assim como o nosso Compromisso Com a Engenharia e Com o Brasil.

Engenheiro Ubiratan Félix – Ex-Presidente do SENGE-BA

Engenheiro Ronald Silva Presidente em Exercício do SENGE-BA

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