Senge-BA sedia palestra do Fórum Social Mundial 2018

Senge-BA sedia palestra do Fórum Social Mundial 2018

Por Giovana Marques (Ascom Senge-BA)

Começou ontem (14), o ciclo de palestras, que serão sediadas pelo Sindicato dos Engenheiros da Bahia e, fazem parte do Fórum Social Mundial 2018. O primeiro tema debatido foi “O Imperialismo Estadunidense”, guiado pelo jornalista Breno Altman. A iniciativa é por parte da Escola Latinoamericana de História e Política, em parceria com o Senge-BA e o Senge-RJ.

O Fórum Social Mundial surge com a ideia de disseminar debates que apresentem propostas alternativas para um padrão de conjuntura econômica, política e social. As palestras seguem a mesma linha e integram o ideal democrático e da soberania brasileira. Segundo Breno Altman, apesar de não ser uma prática tradicional das  forças progressistas e da esquerda latino-americana, estudar a principal potência do mundo e o vizinho mais poderoso é crucial para combater o imperialismo americano. “O fundamento da arte da guerra é conhecer o seu inimigo, os Estados Unidos conhecem muito bem as forças da América Latina e nós os conhecemos pouco e, isso nos faz mais fracos perante eles. Acho que essa é a razão fundamental, estudar a fundo os Estados Unidos, sua história, sua cultura, e sua economia”, explicou o intelectual.

As atividades do Fórum recebem pessoas do Brasil e do Mundo, nesta primeira palestra, estavam presentes estudantes e professores de diversas universidades do país e representantes de sindicatos. Para Nivalda Roy, Presidente do Sindicato dos Bancários Campo Mourão e Região, a palestra ajudou a entender qual a influência dos Estados Unidos no Brasil, principalmente depois do governo de Michel Temer, além das atuais medidas que são impostas aos trabalhadores. “Resistir é preciso”,  completa Nivalda.

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Jornalista Breno Altman e o Presidente do Senge-BA e vice-presidente Fisenge, Ubiratan Félix/ Foto: Giovana Marques

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Potência  Mundial

A palestra foi iniciada com um panorama da construção do Brasil e dos Estados Unidos, dois países que construíram sua base de produção em cima do trabalho escravo e da agricultura colonial.  Apesar das semelhanças, no século XIX, esses dois países seguem destinos diferentes e a partir desse momento os EUA começa a construir um poderio imperialista e capitalista. Para o jornalista, existem três aspectos que são fundamentais para entender como o país se tornou a maior potência mundial. Os desenvolvimentos capitalista, precursor para a criação de grandes indústrias, o tecnocientífico, que colaborou para a massificação, isto é, ter uma mão de obra mais barata com escala de produção elevada e, o financeiro, que ajudou na construção de bancos que sustentavam também o capital interno.

A fusão entre o capital bancário e  industrial, gerou o capital financeiro centralizado e cria-se a estrutura econômica matricial, que foi definida logo depois como estrutura base dos Estados Unidos. O período de 30 anos entre o início da Primeira Guerra Mundial e o fim da Segunda Guerra Mundial, é o momento da ascensão dos Estados Unidos como potência imperialista, o país se  beneficia da decadência inglesa e se consolida. Além da base a econômica, outros três elementos são fundamentais para a consolidação. As forças armadas pelo controle dos mares, a grande indústria do cinema, responsável manutenção da ideia de cultura de massa, essencial para o imperialismo e, o EUA aposta na construção de instituições mundiais, o que favorece em alianças políticas.

No entanto, o país possui uma contradição interna, que fragiliza sua hegemonia, uma vez que apesar do avanço tecnológico permitir a produzir mais com menos, também gera uma crescente precarização da renda do trabalho. “Para resolver esse problema, os EUA reduziu mais ainda os custos de produção, para poder vender seus produtos ainda mais baratos, mas isso se torna um ciclo vicioso e leva o capitalismo e o imperialismo a uma crise no estilo da que assistimos em 2008. E nesse momento surge uma nova potência para combater o imperialismo estadunidense, a China”, finalizou Breno Altman.

Veja palestra na íntegra 

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