A falta de docentes titulados na área de engenharia é um dos maiores problemas enfrentados pelos calouros do curso no país. Na Bahia, concursos para professores em diversos segmentos do setor são suspensos por falta de candidatos.
Segundo o diretor da Escola Politécnica da Universidade Federal da Bahia (Ufba) e engenheiro civil, Luís Edmundo Campos, as universidades [públicas e particulares] acabam sendo obrigadas a reduzir o título exigido ao mestrado. “10% dos concursos da escola politécnica estão em aberto”, disse.
Um dos motivos apontados pelo diretor da Ufba foi a baixa oferta salarial nas instituições de ensino. “Os salários não são atrativos e mestrado e doutorado exigem dedicação e tempo. Isso para ganhar menos do que um recém formado [no mercado de engenharia]”, completou.
Um levantamento feito pelo jornal Folha de São Paulo mostra que o problema também é comum em outras instituições brasileiras. Nas universidades do ABC (UFABC), na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) 18 vagas dos 35 concursos docentes para engenharia não foram preenchidas nos últimos 12 meses.
De acordo com o superintendente de infraestrutura e professor do curso de engenharia civil da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), Carlos Cortês, no interior do estado a carência de professores no corpo docente das universidades públicas é ainda maior. Além da falta de profissionais, muitos concursados solicitam transferência para capital.
“É difícil a permanência docente nas cidades pequenas pela falta de lazer e moradia, já que o setor imobiliário tem ofertas de compra muito altas, chegando a ter apartamentos mais caros do que na capital”, apontou Cortês.
No momento a UFRB conta com sete oportunidades disponíveis para área de engenharia civil. “E essas vagas não são novas. Estão abertas há 3 anos e o que ocorre é que ou não tem candidatos ou os que se inscrevem não passam na seleção”, disse o professor