84 ANOS DE COMPROMISSO  COM A ENGENHARIA E COM O BRASIL

84 ANOS DE COMPROMISSO COM A ENGENHARIA E COM O BRASIL

O Sindicato dos Engenheiros da Bahia (SENGE-BA)
foi fundado em 27 de setembro de 1937, dia de São Cosme e Damião, por 69
profissionais liderados pelo Engenheiro Alfredo Nogueira de Passos. Nessa data,
no famoso Campo da Graça, houve uma memorável partida entre o Galícia e o
Ipiranga, com a vitória surpreendente de 4 x 3 para o Ipiranga. Em setembro, ocorreram
conversas e conspirações políticas entre o estudante de Engenharia Carlos Marighella
e o Governador Juraci Montenegro Magalhães sobre a possibilidade de resistir a
um Golpe de Estado do Presidente Getúlio Vargas, que seria efetivado como
Estado Novo em 10 de novembro de 1937. No mesmo ano, os jornais falavam da Guerra
Civil Espanhola e da possível deflagração da Segunda Guerra Mundial. Também brilhava
nas telas dos cinemas Cine Guarani e Excelsior, em Salvador, o filme Romeu e
Julieta, estrelado por Norman Shearer e Leslie Howard.

Desde o início, mesmo em meio a essa atmosfera
conturbada, o SENGE-BA desenvolveu uma luta constante junto à categoria. Teve
participação importante na campanha do “Petróleo é Nosso” em defesa da Engenharia
e da soberania nacional, da industrialização da Bahia e do Nordeste e na
valorização profissional, sendo uma das entidades signatárias do projeto de lei
apresentado ainda na década de 1960 pelo então Deputado Federal Almino Afonso,
que daria a origem à legislação do Salário Mínimo Profissional. Teve um papel
fundamental na ampliação do regime fiscal do supersimples para as micro e
pequenas empresas de Engenharia, na elaboração da proposta do programa
habitacional Minha Casa Minha Vida, na instalação e criação do Ministério das
Cidades, na defesa de empresas públicas como Banco Brasil, Caixa Econômica
Federal, Chesf e Eletrobrás, na defesa da integralidade do sistema PETROBRAS e
a permanência de suas operações no estado da Bahia, na defesa das universidades
públicas e da Carreira de Estado para os profissionais de Engenharia, Agronomia,
Geologia e demais profissões regulamentadas pelo sistema CONFEA-CREA.

A partir da década de 1980, com a mudança do
perfil da categoria iniciada pela implantação do Polo Petroquímico e Centro
Industrial de Aratu, que passou a ter uma predominância de profissionais
assalariados, exigiu do SENGE-BA uma mudança de postura para atuar mais próximo
das categorias majoritárias. Este período propiciou a formação dos Sindicatos
dos Trabalhadores em Tratamento e Purificação de Água (SINDAE), dos
Trabalhadores em Empresas de Perícias, Pesquisas e Informações (SINDIPEC), dos
Servidores Públicos Municipais de Salvador e das diversas categorias dos servidores
públicos estaduais e federais.

O SENGE-BA também foi uma das entidades
fundamentais nas campanhas “Diretas Já” e “Fora Collor”, além da articulação
dos movimentos dos servidores públicos municipais, estaduais e federais por
melhores condições de trabalho e das campanhas salariais das empresas estatais
e do setor privado.

Já no processo constituinte estadual, o
SENGE-BA foi uma das entidades coordenadoras da campanha “A Bahia não se divide”,
que se opunha à proposta do então Deputado Fernando Gomes (PMDB) de dividir o estado
da Bahia para criar o estado de Santa Cruz. A campanha, que ganhou as ruas e as
mentes e corações dos baianos, dizia: “dividir a Bahia é como separar Caetano
de Veloso, Gilberto de Gil, Jorge de Amado, Maria de Bethânia e Castro de Alves”.

Na década de 1990, a marca do sindicato foi a
luta contra a privatização da COELBA, RFFSA, USIBA, EMBASA e FAFEN. O SENGE-BA foi
derrotado no processo de privatização das três primeiras empresas, mas conseguiu
barrar a venda da EMBASA pelo Governador Paulo Souto e incorporar a FAFEN ao
sistema PETROBRAS.

Mais recentemente, o sindicato obteve vitórias
judiciais em relação à implantação do Salário Mínimo Profissional para os Engenheiros
da CERB, EMBASA, UFC, CONDER, entre outras. Também conseguiu por negociação a
sua implantação em alguns municípios como Vitória da Conquista e Salvador.

Em 84 anos o mundo passou por diversas mudanças sociais, políticas e tecnológicas. Porém, existem algumas coisas que não mudaram:  a defesa da soberania nacional, o desenvolvimento tecnológico e o nosso compromisso com a Engenharia e com o Brasil.

Engenheira Márcia Ângela Nori

Presidente do SENGE-BA

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