Baixa do petróleo e câmbio devolvem a competitividade ao setor petroquímico.

Baixa do petróleo e câmbio devolvem a competitividade ao setor petroquímico.

Assessoria de Comunicação

Fernanda Lima

Com a valorização do dólar e a queda dos preços do petróleo a competitividade da indústria petroquímica brasileira voltou a atuar. O setor em 2015 experimentou uma das melhores fases dos últimos dez anos em termo de rentabilidade. De acordo com especialista do setor, a boa fase deve se estender no ano de 2016, mantido por spreads (diferença entre os preços da matéria-prima e de resinas) positivos e o aquecimento da demanda do mercado internacional.

Porém, o mercado doméstico segue anulando parte dos ganhos deste lado mais favorável. Segundo Carlos Fadigas, presidente da Braskem, é previsto que para 2016 o mercado brasileiro de resinas sofra um recuo de até 5%, se for confirmado a expectativa de retração do PIB, “ esperamos nova queda de resinas no Brasil. É difícil estimar quanto, mas nossa visão é que o mercado deve retroceder entre 4% e 5%” , afirma Carlos.

Em contra partida a situação das vendas domésticas, a Braskem ampliou as exportações em 2015 e deve fazer o mesmo neste ano. A produtora de monômero de estireno e poliestireno, Videolar-Innova, aderiu uma estratégia semelhante “Estamos enfrentando desafios diários. Em primeiro lugar, temos que sobreviver, ter criatividade e buscar alternativas à situação de mercado que se deteriora mês a mês” disse Lírio Parisotto, presidente da empresa. Para ele a primeira alternativa que aparece é a ampliação de exportações. Parisotto também ratifica que a cotação do óleo deve voltar a subir, determinando o peso do alto custo da matéria-prima mais utilizada pela petroquímica brasileira.

A baixa do petróleo, que em 2014 chegou a custar US$110 o barril de Brent e atualmente opera em aproximadamente US$ 35, foi um dos principais motivos de recomposição das margens dos produtores de resinas e petroquímicos básicos, com base em nafta em 2015. Por ser um derivado do óleo, o insumo segue o caminho de preços e ano passado passou a ser negociado a valores relativamente competitivos em relação ao gás subsidiado do Oriente Médio e ao gás natural americano. Segundo a estimativa da consultoria MaxiQuim, no Brasil, o preço do nafta que é vendida pela Petrobras à Braskem foi vendida em janeiro por R$1.622 por tonelada e neste mês sofreu uma queda no seu valor, indo para R$1.540/tonelada, a estimativa é que haja uma diminuição do valor para o mês de março.

A expectativa para 2016 é a manutenção do ciclo de alta do Polipropileno nos Estados Unidos e grande volatilidade de preços na Ásia.O mercado de polietileno, deve permanecer mostrando vigor ao menos até 2017, quando começam a entrar em operação projetos baseados em gás de xisto, que proporciona a retomada dos investimentos em projetos petroquímicos nos Estados Unidos. O presidente da Braskem acredita que os spreads de petroquímicos irão se manter em um nível saudável, porém abaixo do segundo e terceiro trimestre do ano passado. “Há uma pequena redução de spreads, mas nada relevante, por ausência desses problemas operacionais. Mas o câmbio é positivo, o que segue dando competitividade à operação brasileira”, afirma.

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