A VIII Semana de Urbanismo – Semur 2014 teve início na manhã desta segunda-feira (3), com abertura realizada no auditório da Universidade Estadual da Bahia – Uneb. O evento, de iniciativa do colegiado do curso de urbanismo da Universidade, tem como objetivo discutir questões como sustentabilidade, mobilidade e o protagonismo da sociedade na garantia de cidades mais justas.
“Garantir o desenvolvimento sustentável da cidade é um desafio político. O Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano – PDDU tem um histórico de construção que não passa pela sociedade, mas pelos interesses de grupos imobiliários. O poder público, executivo e legislativo, precisa aceitar o processo participativo como legítimo e necessário”, diz o arquiteto e urbanista André Santos, professor da Uneb e organizador do evento.
André também alerta a necessidade da sociedade participar das conferências do Conselho, pois são delas que saem os nomes indicados a compor a entidade. “A sociedade também deve entender que o poder não é cedido, mas sim conquistado”, fala.
Presente na mesa de abertura da Semur, o presidente do Senge BA, engº Ubiratan Félix, destacou a importância do curso de urbanismo da Uneb e lembrou da luta por sua consolidação. “Parabenizo os professores e ressalto que o curso é fundamental para a formação de profissionais que pensem o planejamento urbano de forma articulada com a habitação, o transporte, o saneamento, o meio ambiente etc”, diz.
A Semur, realizada anualmente, traz nesta edição o tema Cidades no Futuro. O evento acontece até o dia 8 deste mês quando se comemora o Dia Mundial do Urbanismo.
Conselho das Cidades – A Semu acontece uma semana após a notícia da posse dos 41 membros do Conselho Municipal de Salvador, o Conselho da Cidade. Diretor-presidente da Sociedade Brasileira de Urbanismo – SBU, Fagner Dantas lembra da trajetória de luta pela formação do Conselho e posse de seus membros, iniciada em 2005. “Agora é o momento de trazer os diversos interesses em torno da complexidade que é a cidade”, diz.
Para ele, obras de requalificação, como a da Barra, evidenciam uma mudança de percepção do poder público ao priorizar os pedestres, mas ainda precisam de controle quanto à qualidade de sua execução.
Secretário de Urbanismo e Transportes de Salvador, Fabio Mota acredita que o Conselho será uma grande contribuição para a discussão do PDDU e da Lei de Uso e Ocupação do Solo (Louos). “Vamos contar com representantes das secretarias municipais, dos movimentos de moradia, associações de bairro, sindicatos, conselhos profissionais, universidades, entre outros. É preciso ouvir a sociedade civil, coletar as demandas e necessidades para aliar uma cidade sustentável ao desenvolvimento moderno”, diz.
